sexta-feira, 17 de setembro de 2010

um conto.



Por Ana

Desde o começo sonhara com liberdade;
Costumava tropeçar sobre os próprios passos, posto que fossem sempre maiores que as pernas.
Era ainda uma menina;
Imaginara-se despertando sobre o colchão baixo, um chuveiro forte e boa comida na mesa.
Talvez fosse necessário, vez ou outra, trabalhar em algo que não lhe agradasse.
Sabia disso.
Pensava em si acompanhada de solidão, mas não se feria; eram uma e outra, velhas companheiras.
O pensamento era fácil enquanto não foi preciso sair do lugar.
Mudou-se de cidade;
uma. Duas. Três vezes.
Era como se o corpo fosse e a alma se perdesse.
E o corpo, amanheceu mulher.
Não havia mais os cabelos que fizeram reféns tantas mãos.
No espelho, um riso ao contrário.
Era a alma da menina virada ao avesso.

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