sábado, 2 de outubro de 2010
orgânica morte
por Ana
Em minha parte de ser orgânico
tenho um jazigo rubro de vísceras cintilantes
Retumbante em meu estômago gás carbônico
Em meus olhos batalha a morte relutante.
Por alguns instantes paro a respiração
O sangue lentamente desanda a latejar
Tento, tento - esquento - combustão.
Brado aos deuses do fim que o fim há de chegar.
E se por acaso em meu ventre descansa
Da guerra e da foice, demônio alado
Dilacero-me de lâminas afiadas
E desperto à noite com o filho abortado.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUau! das profundezas dessas entranhas que se acomodam não mais tão estranhas! Afia-se a coragem de viver como somos! bela poética!
ResponderExcluir