sexta-feira, 8 de outubro de 2010

(fluidos)


Por Ana

Era uma mulher com viço
Carregava entre as pernas
um líquido que escorria
Não se intimidava
Apertava a mão contra a pélvis
Fechava os olhos
e sentia a si mesma por entre os dedos
Gostava.
Era quente desde que podia se recordar
Tinha o viço do sangue
do gozo
Quando a penetrava
pedia que se deixasse dentro dela
Deixava
Ela o retinha enquanto podia
depois era queda
Ajoelhava e queimava
escorria de si e em si
Caía e adormecia
Enquanto isso sua alma vagava na correnteza de fluidos  
que de tempos em tempos faziam-na  sentir-se
ainda mais mulher.

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